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Daily Archives: Junho 29th, 2008

Pelo menos, as que eu conheço :P

Há dias apontei alguns problemas e retrocessos que me deparei nas lojas de bicicletas. Como entretanto, tenho ido a mais lojas, vão surgindo alguns outros retrocessos que originam alguns problemas, não só em lojas de bicicletas mas em muitas outras, embora sempre relacionadas com desporto.

Talvez ‘valha mais a pena’ separar essas coisas por personagens e pôr um tracinho atrás de cada um para poder falar delas à vontade sem que existam confusões (foi exactamente isto que pensei :P):

– É comum dois tipos de personagens nas lojas. Por um lado vejo o “empresário” que ‘vende milhões’ e num outro, o “comerciante” que montou um pequeno negócio e quer vender porque até existe gente que de vez em quando costuma comprar uma coisa ou outra, dentro do género de artigos.
Quer o primeiro como o segundo, contagiam o negócio com o mesmo problema, já que estão preocupados somente com números e não percebem bem o que estão a vender nem as necessidades que o cliente tem. São normalmente quem se queixa da crise, que devem certamente sentir, porque não parecem ter qualquer critério em escolher os artigos, não têm flexibilidade para encomendar nada, não sabem explicar ao cliente as vantagens e particularidades de cada artigo, e pior, assumem que toda a gente é mal informada como eles. Pelo que juram a pés juntos que o que têm a disposição é o melhor e o mais recente, mesmo quando toda a gente vê, quer nos sites dos fabricantes como em outras lojas que as colecções já são outras.
De facto, a única diferença entre ambos os personagens é a pose.

– Num lado oposto, mas dentro do espectro do que é mau (:P), existe outra personagem. É a do “especialista” (ou “expÉr”, como muita gente teima em dizer), que representa uma ou outra marca, e normalmente todos os concelhos tendem a apontar para as mesmas como as melhores. As outras são boas, mas as que ele representa e tem, por detrás das cortinas, mais vantagens em vender, são mesmo espectaculares e mais! Têm um excelente preço para o que oferecem. São marcas ‘muito à frente’ como dizem, todas as outras são acompanhadas com um nariz meio torcido e uma mão a acenar mais-ou-menos.
Toda a gente, sabe ou devia saber, que os vendedores têm vantagens se venderem mais de X ou Y. É assim mesmo, não tem nada de mal, mas é daquelas coisas que convém mesmo ser honesto e claro, porque embora enganem pessoas mal informadas ou desinteressadas, perdem a confiança de quem têm mais informação.
E isto é um retrocesso. Para mim é a conversa do sr. vigarista, nem volto a pôr os pés na loja.
É também mais comum em lojas de bicicletas, que assume mais relevo e pertinência pela fidelização que isso gera face a essas pessoas ‘pior’ informadas. Uma fidelização pela negativa claro, mais ao jeito de coação psicológica.

P) o texto
(Esta imagem só está aqui para ALIVIAR (que grande piadola :P) a mancha de texto mesmo)

– O último que me lembro é mais ambíguo, vêm disfarçado e tudo ! E age de uma forma, que embora mais amigável é muito semelhante ao filme do Tarantino, o Reservoir Dogs (pelo menos, no aspecto da irmandade). Isto é, primeiro diz o que pensa que queremos ouvir, e o melhor é sempre o que a gente diz, mesmo que sejam contradições óbvias. Se no final for tudo em concordância às crenças do vendedor, fala como se pertencêssemos a uma irmandade, da qual só podemos sair sob pena de deixarmos de ser amigo dele e logicamente, de sermos considerados como bons na modalidade que praticamos. Se tudo correr em discordância do vendedor, trata-nos como uma palhacinho qualquer que não sabe nada do que está para ali a falar, e nem nos quer ver mais na loja, a não ser para gozar connosco.
Podem ser ambíguos mas ainda existem bastantes :P e é sempre gente engraçada para se falar, até porque, regra geral conhecem relativamente bem ou bem mesmo, o que estão a falar. Mas esquecem-se que toda a gente é diferente deles e não quer ficar envolta no universo do sr. vendedor, e, a mim repelem-me desde logo, quer concorde ou não com eles.
Para me identificar com personagens, prefiro as das séries de desenhos animados.

– Não, enganei-me! Afinal lembrei-me de outro personagem, que habita e é comum em lojas de roupa normal (daquela para se andar todos os dias :P). É empregado ou assistente lá da loja, que lá por organizar a roupa toda e ir ver se ‘há o número’, já pensa que é designer de moda e consultor de imagem. Já é mau confundir e desvalorizar a função que se está a exercer, é ainda pior porque se está a desvalorizar outras profissões, de designer e consultor de moda, como se fosse uma questão de andar numa loja de um lado para o outro e ver os catálogos. Mas a grande asneira, é olhar para toda a gente com arrogância, de quem quer ser uma coisa que não é, e mais uma vez, distorcer essa outra profissão, de designer, como se, por desenharem a roupa toda que se vende na loja, fosse motivo para se sentirem superiores a alguém.
..Também pode ser por terem consciência que fornecem o material publicitário de primeira linha (que é a roupa), pensarem que têm que personificar essa poder.. :P
O pior é que as pessoas parecem conviver bem com isto. Será que ninguém repara ? ou acha normal ?

Bom e penso que é tudo! Isto que escrevi aqui é estranho porque, são vivências recentes (e persistentes também) mas são exactamente iguais às memórias que tenho de quando tinha uns 6 ou 7 anos e ia com os meus pais às compras. Daí que as chame retrocessos. Passado 20 anos, nada parece ter mudado.

O que se passa afinal, que nenhuma loja têm o que quero, nem me é capaz de atender de uma forma profissional de forma a me ajudar em vez de repelir ? Cada vez que penso em dirigir-me a uma loja, não consigo de me deixar de achar uma palhaço, que vai repetir de novo um erro qualquer que cometeu no passado. Prefiro nem olhar para isto como uma ‘reflexo do país que temos’, ainda gosto de sonhar :P

Agradeço a atenção de quem se deu ao trabalho de ler isto,
Despeço-me com amizade!